quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

QUAL O SEU DOGMA?




Dogma:
1  Rel.  Ponto básico de doutrina religiosa, considerado certo e indiscutível. Ex: o dogma da Santíssima Trindade.
  2  Fig.  Qualquer doutrina que se apresenta como verdade indiscutível e portanto deve ser aceita sem contestação
  3  Ideia ou preceito apresentados como irrefutáveis
  4  Em religiões, doutrina que se apoia na autoridade de sua fonte, que deve prevalecer sobre qualquer dúvida dos fiéis.

Fonte: Dicionário Aulete Digital.

É muito difícil para qualquer um que se aventure neste misterioso reino da espiritualidade não penetrar na obscuridade imperativa dos dogmas.

Em muitos casos isto ocorre porque o investigador sente a alma cansada e oprimida, e busca apressadamente uma doutrina à qual se apegar, para descanso de suas demoradas reflexões acerca das antigas perguntas: quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Além de uma série de outros detalhes que chegam de roldão, como a vida em outros planetas, a vida além da morte, etc.
Então, muitas vezes pela falta de dados precisos, pode o indivíduo incorporar dogmas ao conjunto geral de suas crenças e certezas.
É possível que venhamos a ser sugestionados por algum teórico com palavras elaboradas e convincentes, e afinal a teoria pode não se mostrar condizente com a realidade.

Neste mundo a busca de conhecimento transcendental nos coloca em condição semelhante a um escafandrista, utilizando um pesado e antiquado traje de mergulho, cujo único visor é uma pequena janela de vidro, para tentar enxergar o que o cerca em águas turvas e profundas.

Muitos se guiam pelo conjunto de coincidências, o que nos dá pistas interessantes, que apontam certamente caminhos aproximados, mas nunca precisos.

Muitos se baseiam na narrativa de escritos milenares, que foram repassados através de sociedades secretas.

Muitos se fundamentam em autoridades religiosas, ou em opiniões de pessoas de requintada inteligência.
Porém a verdade absoluta ainda escorre por entre os dedos.

Podemos, no mínimo ir desbravando o território do desconhecido, utilizando de lógica e bom senso, reunindo descobertas científicas confiáveis, pela comprovação repetida. E mesmo que não tenhamos o apoio da ciência oficial (até porque esta também comete os seus erros), o método científico não deve ser posto de lado como forma de investigação.

Nunca devemos tomar uma teoria como a palavra final. Pois é sempre possível que novas descobertas, novos cálculos venham a ampliá-la ou destruí-la completamente.

A dissolução da maioria dos dogmas poderá se dar em decorrência da passagem para o plano de além-morte.

A vida no além vem se mostrando como algo em que se pode crer, sem que isto venha a ser considerado um simples dogma ou fantasia.
No século 19 um notório sábio, William Crookes, descobridor da matéria em estado radiante, apresentou ao mundo científico suas experiências com a materialização de Kate King, um espírito desencarnado. Neste caso o conjunto de evidências anulava qualquer possibilidade de fraude por parte do investigador. Porém, no mundo científico as evidências de vida espiritual são dogmaticamente desconsideradas, portanto o nobre sábio foi ridicularizado.
E muitos outros campos de investigação se apresentaram, com resultados considerados satisfatórios por parte de quem se demora a estudar as manifestações de vida no além.

Mesmo assim, para quem fica deste lado a analisar certos contextos, desprovidos de visão do que há em planos que podemos nomear como “dimensões paralelas”, há sempre alguma peça faltando no quebra cabeças de nossa relação com o Todo.

Neste mundo de dúvidas, muitas certezas incorporam o dogma em parte ou no conjunto da questão.
Aceitar isto nos faz aprender a manter a mente aberta, e até mesmo admitir que em algum ponto de nossas crenças possa haver algum dogma embutido, ou simplesmente um equívoco, sem que tenhamos como comprovar a extensão do mesmo.

É preciso duvidar sempre, pois da dúvida surge o conhecimento avançado, por tentativa e erro, até que venhamos a ter um conjunto de verdades. Porém estas verdades poderão estar incompletas, assim como nunca podemos ter a certeza de quantas gotas faltam para completar o oceano.

É maravilhoso poder estudar, é auspicioso buscar conhecimento, mas é preciso evitar cristalização quanto a determinados assuntos, principalmente no que se refere ao campo sutil, onde a ciência ainda está engatinhando.

É bom para o indivíduo ter crenças, é positivo ter fé, mas com visão expandida, evitando o fanatismo, a subjugação que nega outras possibilidades.

A ética nunca será um dogma, pois é a natureza inquestionável do que pode proporcionar a paz e o entendimento entre os povos de diferentes culturas, e pessoas com diferentes pontos de vista.

Se nos sentimos bem com determinadas idéias, podemos mantê-las e acalentá-las, principalmente se são inofensivas, se visam o bem comum, ou quando percebemos reações positivas devido à sua aplicação. Mas conservemos a certeza de que este entendimento poderá ser futuramente aprimorado, ou substituído por outro mais afinado com a realidade.

                                   ***
Targon Darshan
29/12/2011

Nenhum comentário: